Que pontes são possíveis entre dois géneros musicais aparentemente tão distantes como o jazz e o fado? O que sairá do encontro de uma voz tão retintamente “fadista” como a de Camané, com dois pianos percutidos por Mário Laginha e Bernardo Sassetti, habitualmente “catalogados” como músicos de jazz? E se a esta miscelânea vocal e instrumental acrescentarmos um outsider do contrabaixo como Carlos Bica? É o que se saberá no próximo dia 12 de Julho, no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém…
Em tempo de miscigenação musical, a arrumação neste ou naquele género musical do que sairá da contaminação de um fado visceral como o de Camané pelos sons e pelos modos interpretativos de Laginha, de Sassetti e de Bica, é pouco ou mesmo nada importante. O ponto de partida são os fados do intérprete de “Pelo Dia Dentro” e “Sempre de mim”, o ponto de chegada será qualquer coisa indefinível mas, seguramente, com a consistência que se pode esperar de tão extraordinário conjunto de músicos, instrumentistas e criadores. Um desafio tão arriscado quanto aliciante, agarrado sem medo por quatro indómitos “vadios” da música portuguesa…
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